Artistas
Paraibanos

Renata Arruda

Renata Souto Maior Arruda (João Pessoa, 23 de dezembro de 1967) é uma cantora, compositora e poetisa brasileira. Começou a cantar no Coral Universitário da Paraíba, mudou-se para Brasília em 1986, e iniciou a sua carreira profissional aos 19 anos, após participar de um show de Altamiro Carrilho e Elizeth Cardoso.

“O Altamiro Carrilho era padrasto de um colega meu (…). Fiz uma feijoada em minha casa e pedi para esse meu colega que levasse o Altamiro até lá para me ouvir cantar. (…) depois do almoço peguei o violão, fechei os olhos e cantei tudo o que sabia até então. De Nunca, do Lupicínio, à Marina, do Caymmi, de Chico a Caetano. O Altamiro ficou estático, não movia um músculo. E eu, em pânico, sem saber se ele estava gostando ou detestando. Mas ele bateu palmas e disse que uma cantora precisa de quatro coisas: afinação, intimidade com as palavras, interpretação e equilíbrio, saber dosar a altura da voz: altíssimo e pianíssimo (dinâmica da música), exatamente isso, achava que eu não tinha, mas (…) com o tempo, com a prática, eu teria. E fez o diagnóstico: Pode entrar no estúdio que você está pronta. (…) Na hora da despedida me perguntou: Que tal você cantar com a gente hoje à noite? (…) naquela noite Altamiro Carrilho tocou dois números e, ao microfone, pediu licença ao destinto púbico para fazer um convite: Hoje à tarde tive o prazer de ouvir uma menina cantar e não queria que esse prazer fosse só meu. Eu procurava as minhas próprias pernas, tremia igual uma doida. Ora, mas era exatamente aquilo que eu queria. Pois eu tinha até entrado numa de ser Miss Paraíba, só porque ia ter um número artístico, eu ia cantar e alguém que me ouvisse poderia me ajudar. Pois tinha chegado a hora, não tinha? Então subi no palco, fechei os olhos mais uma vez e repeti o Nunca do Lupicínio.”

A participação rende um elogio de Elizeth Cardoso: Quando acabei, a Elizeth Cardoso pegou o microfone e disse: “Essa menina interpretou essa música como todas as cantoras deveriam cantar. Porque ela cantou com a voz, com o corpo e com a alma”.